Dedico e dirijo este blogue a todos aqueles que tiverem passado (ou estiverem a passar) por histórias de cancros, quer como protagonistas, quer no papel de acompanhantes na luta contra a doença, mas espero por cá encontrar qualquer contributo que qualquer um considere válido.
A intenção principal é trocar experiências de forma direta e sincera, sem necessidade de qualquer apoio no escudo da força constante e do pensamento sempre positivo, que tantas vezes não estão presentes, mas parece haver uma imposição social para que assim seja...
Sejam bem-vindos! E divulguem este blogue!


Por aqui, discorre-se sobre:

... Acompanhamento Psicológico Ajudar quem Ajuda Alertas Alimentação Alopécia Antes e Depois Aquisições autoestima Brincadeira Cancro da Mama nos Homens Cansaço Chamar os bois pelos nomes Cirurgias Cirurgias de Amigas Codependência Coisificação nas Doenças Prolongadas Complicações Pós-operatórias Consultas Conviver Cumplicidade Dar / Receber a Notícia Desafios Desânimo Desejos Desespero Despedida Diagnóstico Dicas Dieta Distinções Efeitos Secundários de Medicação Emagrecer Encontros de Amigas Esclarecimento Esperança Estilo de Vida Estímulos Exteriores Exames Pré-operatórios Exemplos Famosos Com Cancro Feminilidade Filosofia de Vida Pós Doença Fisioterapia Fracassos Gang da Mama histerectomia Histórias de Luta Hormonoterapia Hospitalizações Humor Implicações Psicológicas Incongruências Informação Lingerie Correta Lingerie Pós-Operatória Medos Meios Complementares de Diagnóstico Meios de Diagnóstico Menopausa Depois do Cancro da Mama Modos de ser Mudanças na Vida Natal Nova Normalidade Novas Amizades Novidades O Cancro em Pormenores O Cancro Não é Só uma Doença; é um conjunto de doenças O Cancro Não é Só uma Doença; é um conjunto de doenças; efeitos secundários da medicação Ocupação em Tempo de Baixa Os cancros dos amigos e familiares Palavras Alheias a Propósito do Propósito Parabéns Partilhar a Doença Perdas Pós-cirurgia Pós-operatórios Prazer em encontrar quem nos entende Prazeres Prevenção Prevenção de Recidivas Processo de Recuperação Projetos de Sensibilização Quimioterapia Radioterapia Rastreio do Cancro da Mama Reações Alheias Reações Pessoais Reconstrução Mamária Regresso à normalidade Regresso ao Trabalho Sentimentos negativos Sexualidade Sinais Sintomas Solidão Tamoxifeno Terapias Toque Tram Flap Tratamentos Verdade Verdadinha Vitórias Vontade de ter poder sobre a doença

riscos marcantes

riscos marcantes

NOTE BEM

No dia 11.1.11, este blogue passou a ser escrito à luz do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Vão tratar-me assim!


Ou seja, vão fazer-me uma histerectomia (total e abdominal)


A histerectomia é a retirada do útero, que pode ser total, quando se retira o corpo e colo do útero, ou subtotal, quando só o corpo é retirado.
Na maioria das vezes é feita através de uma incisão no abdómen, por onde se retira o útero (histerectomia abdominal). Em alguns casos também pode ser feita através de uma incisão na vagina, por onde se retira o útero (histerectomia vaginal). Uma outra abordagem é a histerectomia por vídeo laparoscopia, onde a cirurgia é realizada por pequenos orifícios de 5 a 10 mm no abdómen e a retirada do útero é feita pela vagina.
Às vezes esta cirurgia é acompanhada da retirada dos ovários e trompas (histerectomia total com anexectomia bilateral |a minha|).

Quais são os efeitos colaterais de uma histerectomia?

Em primeiro lugar, uma histerectomia encerra a possibilidade de uma mulher ter filhos.
Outras complicações incluem: lesões no intestino, na bexiga, ureteres (finos tubos que ligam os rins à bexiga, levando a urina), sangramento vaginal, infeção, dor pélvica crónica e diminuição da resposta sexual.
A remoção do útero pode deixar a mulher mais sujeita a ter tromboses e pode ser um fator de aumento do risco de enfarte. Se os ovários são retirados, a mulher perde a sua fonte da hormona feminina, o estrogénio. As mulheres que não podem submeter-se a terapia de reposição hormonal |como eu| terão uma menopausa instantânea e uma hipótese aumentada de desenvolver osteoporose e enfartes cardíacos. Mesmo entre as pacientes que não retiraram os ovários , muitas mulheres relatam sintomas como: fadiga, ganho de peso, dores articulares, alterações urinárias e depressão, após uma histerectomia.

(o que está em itálico foi adaptado da net)

A minha cirurgia vai ser total e abdominal, pois os três anos de Tamoxifeno que ainda me restam iriam garantidamente continuar a fazer estragos em qualquer "miudeza" que ficasse dentro de mim. É tudo para sair, portanto, sendo que os prós batem os contras aos pontos, pois o bicho cancro não vai ter onde pegar... Todas as más hipóteses serão, naturalmente, controladas ao longo da vida que me restar.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ligaram-me do S. Teotónio



Finalmente, vou passar uns dias ao "Hotel" S. Teotónio! Já quase me desenganava e estava a ver que tinha de me resignar a conhecer apenas os aposentos e os serviços do Francisco Gentil.
Tive sorte, contudo, pois à conta de consumir diariamente um medicamento que é preciso escoar no mercado, saiu-me uma estada de uma semana num hotel que só conheço de visitas e acompanhamentos. Talvez por ser um hotel da minha cidade, e, de facto, não ser costume pernoitarmos em hotéis perto de casa! Foi uma sorte incrível. Com tanta gente a tomar Tamoxifeno, pensei que nunca seria bafejada, mas a verdade é que vou começar a usufruir de várias ofertas já na manhã da próxima segunda-feira.
Útero, ovários e trompas ficam lá para eles, mas, em troca, eu posso trazer para casa uma cicatriz e algumas dores. Enquanto lá estiver hospedada, para além da pensão completa, tenho garantida toda a medicação de que necessitar, duches de água quente e televisão por cabo. Também garantem cofre, para guardar as roupas, e mini-bar, para podermos confraternizar com alguém que queiramos receber durante a tarde. À noite, é sempre oferecida uma ceia, que pode ser tomada em confraternização com os outros hóspedes.
Estou, naturalmente, radiante, mas vou ter o máximo cuidado a fazer a minha mala, pois é conveniente estar à altura do local onde nos encontramos e da qualidade dos serviços que nos prestam.
LOL, lol, LOL

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um Projeto de Vida: 100 Mulheres 100 Cancro


Estou a pensar contribuir também para este projeto, emprestando a minha carinha laroca (lol) à objetiva. ;-)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Eu acho que até sou rija! LOL

Então não sou?!...
Tirando o cancro, que exigiu 4 facadelas, e a histerectomia, que vem aí a passos largos, depois de uma apendicite, aos 25 anos, e de me terem acabado com as amigdalites aos 4, alguém já me viu doente, com febre ou gripe, ou assim?
Nada disso! Só um camadão de tosse que durou vários dias, quando estava grávida de gémeos, aos 8 meses de gestação, tão reles, tão reles, que dormia sentada e precisava de dois acompanhantes para conseguir ir ao WC (de tantas dores musculares)... e outro camadão de tosse do mesmo género, anos antes, imediatamente a seguir à operação ao apêndice. Lindo de morrer! Ah, e as mamas todas encaroçadas depois dos partos, com choradeiras de mãe e filhos, eles porque não conseguiam mamar, eu porque tinha dores de gritar (mas não gritava, que é que pensam!?) nas massagens com Thrombocid, para desfazer aquela coisa, que deitava cada esguichadela de leite que dava para ser apanhada a vários metros de distância...
De resto, foram mesmo só os antibióticos que tomei todos os anos enquanto morei em Queluz (até aos 35), por causa das faringites (até nas gravidezes os tomei sempre, ou então morria da infeção...), uma vez que a proteção das amígdalas foi-se logo quando ainda era uma menininha...
Então não sou rija? Estou aqui para as curvas, cheia de aperto e dor na mama reconstruída, nunca mais acabo com a depressão (agora tenho dias), sinto-me sozinha, apesar da minha família nuclear grande, parece-me que não faço cá falta nenhuma, pois ensinei toda a gente a ser autónoma cá em casa...
Portanto, não venham cá dizer-me que não sou rija, porque se não fosse já tinha era ido desta para melhor há muito tempo!
Pronto, já disse.

Beijinhos, ó rijaças!