Invento, diariamente, forças e sorrisos, quer para trabalhar na escola e em casa, quer para me manter presente e ativa nos tempos de lazer da família. Mas não sei até quando, pois o cansaço é extremo, por razões várias e sem que haja alguém para me acudir... Até porque há tanta gente que teve cancro há pouco tempo e já anda feliz da vida, a trabalhar e com uma genica invejável!!!... :(
São muitas as vezes em que me apetece desistir de tudo!
15 comentários:
Beijinho Guida, eu também faço parte do grupo das cansadas e que não consegue retomar o ritmo de outrora. :(
Querida Guida, desistir, não! Descansar, sim! Beijinhossss
Não te penalizes, Guidinha, cada corpinho, sua sentença. Além disso, eu se tivesse quatro filhos - o que adorava! - e mais umas dezenas de filhos dos outros para ajudar a educar, não sei como seria a minha vida... É uma tarefa maravilhosa mas, sem dúvida, muito exigente para quem tem de gastar forças em lutas bravas como as nossas.
Descansa o mais que puderes, delega, aceita ajuda...
Beijos grandes
Então amiga nada de desanimar. Tudo isto vai passar dá tempo ao tempo! Vais conseguir ultrapassar tudo isto eu tenho a certeza. Beijinhos azuis e brancos
Meninas,
Não sei o que fazer, para que lado me virar. Hoje acordei sentindo que era chegado o fim da linha. O corpo está muito magoado, doi, arde, pesa... Pedi para trabalhar sempre na mesma sala, mas não sei o que hei de concluir: se não há tempo para reverem as salas nos horários, se, assim que deixam de me ver, se esquecem logo daquilo que eu pedi e a que responderam afirmativamente, se me disseram que sim, mas estão a ver se a coisa passa...
Não sei que tenho, que nem médicos, nem colegas, nem chefes... E os santos da casa até têm feito muitos milagres..., mas não podem exercer a minha profissão por mim!
Chego a casa tão derreada que só desejo a cama para dormir. E quem é que prepara as minhas aulas para o dia seguinte? E quem é que corrige os trabalhos dos meus alunos?...
E se já não consigo trabalhar, o que é que vai ser da minha família?...
Bolas!
Obrigada pelo carinho, meninas!
Guida,
A vida em si é cansativa, muito cansativa... por vezes tão absorvente que quase não sobra tempo para nós.
Para mim, antes do Ca já era assim... depois do CA, a vida tornou-se um caos. Neste momento tento juntar os cacos em que ela se tornou , com oscilações de humor que passam da resignação ao medo e angustia.
Dar o devido apoio à famílía e leccionar é CANSATIVO, Guida. Quem diz o contrário, mente.
Não ligue aos comentários... e viva a vida usufruindo-a devagarinho.
É isso que eu me digo todos os dias.
Acho-a uma mulher maravilhosa e este seu cantinho tem sido um espaço em que me sinto bem. Obrigado por ser como é, generosa, sensível e lutadora.
A vida ainda lhe vai dar tantas alegrias... é só saber esperar.
Um beij.o
Conceição
Amiga, nem sei que te diga, só que não baixes os braços, continua a acreditar em ti. Vou rezar muito.
Querida Conceição,
Eu já fui uma mulher tão organizada, que até gozavam comigo por causa disso, mas penso que era um gozo sem maldade, mesmo. E tenho a certeza de que isso foi muito bom para a minha família, enquanto ela se foi formando e alicerçando. Mas, a partir do momento em que fiquei doente (há quase 4 anos) e até hoje, a vida tem sido apenas o que o físico me permite e, em certas alturas, o que a psique não limitou...
Os meus filhotes, a quem eu e o meu marido ensinámos já como tantas coisas importantes da vida se fazem bem feitas, oscilam agora comigo, verdadeiramente ao sabor dos meus dias. Vejo-os desleixarem-se, quando me veem muito tempo na cama, tanto como os vejo aprumarem-se, quando eu ando mais ativa e mais arranjada...
Este é um momento muito baixo para mim, e eles precisavam do meu ânimo, para sentirem que a vida é boa e que o ano letivo vai ser de sucesso...
Sinto alguma culpa por não conseguir ser para eles tudo o que queria, mas, pior do que isso, por vezes, sinto alguma revolta por tantos azares seguidos a limitarem a minha boa disposição física e psicológica, a minha capacidade de trabalho, a minha alegria.
Quando fiquei doente, não podia imaginar o estilhaçar de vida que a coisa ia ser... Mas nem o meu otimismo me valeu. E agora temo tornar-me numa pessoa amarga. Estou sempre a lutar contra isso, deixando-me envolver em encontros em que possa rir um pouco, mas acabo sempre com o corpo a queixar-se de ter levado uma enorme sova, neste momento, mais especificamente muitas agressões no ventre!
Peço que me desculpe este grande desabafo, Conceição, mas senti-me à vontade para o fazer pelo carinho que me tem demonstrado e que eu gostava de poder retribuir-lhe...
Um beijo muito grande
Laura,
Obrigada pelo apoio.
Vou tentar não claudicar. Vou.
Um beijão
Guida
O teu cansaço tem explicação.
Olha para mim. Como explicas o meu?
Chego como tu derreada e apetece-me fugir. Fugir só por fugir. Ontem fui para a escola e a meio do caminho não consegui ir mais além. Estou exausta.
Admiro-te.
Beijo
Sabes, Acácia Rubra, lá na minha escola parecem todos fresquíssimos, tão frescos que chego a sentir-me culpada por andar em sofrimento...
Percebes, não percebes?!...
Um beijo grande
e desejos de muita frescura
para ti
e para mim
Pois é Guida, o inventar forças em todo o lado faz parte do cancro. Fazes, como eu, parte daquele grupo de felizardas que tem onde ir inventar forças. Falo dos filhos, do marido e até do trabalho porque, apesar de o regresso ser tão difícil e angustiante, é uma das coisas que nos obriga a reagir.
Não te sintas culpada por achares que não estás a "dar conta do recado". Tenho a certeza que estás, pois com todas as dificuldades e medos não era qualquer uma que regressava ao trabalho e continuava a ser mulher e mãe.
Guida, acredita que te admiro muito. E muitos daqueles que pensas que te igmoram também. Não têm é coragem de enfrentar uma mulher tão lutadora (sabemos nós lá as fraquezas que têm dentro de portas).
Um grande beijinho
Guida,
A vida é feita de momentos felizes e outros muito maus. Este, pelo qual passamos, é terrível. Mas pode ser ultrapassado.
Durante este período aprendi que a única forma de sobreviver emocionalmente era TENTAR ignorar tudo e todos os que me podem fazer sofrer e fazer o que é inevitavel da maneira mais leve e menos dolorosa para mim.
Para os filhos também esta é uma lição de vida que os faz crescer.
Tenho esperança que os nossos filhos sejam seres humanos sensíveis e solidários e lutadores.
Venho aqui frequentemente e "sei" que a Guida é uma senhora e uma professora maravilhosa.
Vai ficar tudo bem e a família cada vez mais unida.
Um abraço amigo.
Conceição
Susana,
Isto é mesmo o cabo dos trabalhos! Mas, como tu dizes, como somos felizardas, lá conseguimos ser inventoras. E é mesmo isso que me salva: o ser felizarda! ;)
Beijocas
para ti, para a Leonor,
para a Benedita
Conceição,
cá ando eu, a encher-me de paciência e calma, evitando situações que possam fazer-me descarrilar.
Não tem sido nada fácil. Vou caminhando, devagar.
Beijo grande
e obrigada pela presença e pelo ânimo que sempre me oferece
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