Hoje voltou a chover. E eu tive uma secreta sensação de conforto.
Com sol e temperatura amena, estou obrigada a exercícios, como caminhadas de solitários quilómetros, que me custam a iniciar como se me propusessem avançar decidida em direcção a um precipício.
Com chuva, vento, frio..., arranjo desculpa para me aninhar no sofá, para devorar blogues, para dormir a sesta ou até mais tarde, de manhã, para ler, para ver concertos... juntando a minha inactividade aos meus comprimidos, que, neste momento, fazem um belo trio para eu estar cada vez mais gorda.
Eu não queria, agora, Primavera nenhuma. Lá do fundo de mim, vem até uma monumental recusa (apesar de não poder escapar-me) relativamente a pernas e braços ao léu. Eu quero é que ainda se justifique ligar o aquecimento e até acender a lareira por muito tempo. Quero porque, lá no fundo de mim, só há vontade de fuga de um mundo que tem estado longe de mim e do qual eu sinto já cada vez mais dificuldade em me aproximar.
Estar deprimido combina com cinzentos e pretos, com chuvadas e ventanias, com frio e desconforto. Combina só para termos razão para nos quedarmos e embrulharmos.
Estar "no choco" é estar doente e, como tal, triste. E não se pense que se leva um ramo de flores cheirosas a um indivíduo verdadeiramente deprimido e se lhe pega num bracinho apenas coberto com uma manguinha curta, para com ele se dar um passeio no jardim florido, ao sol.
Alto lá, que passar do oito para o oitenta não é para casos sérios; é só para quem tem a elasticidade das mentes desanuviadas.
Que bom estar a chover lá fora e ninguém se lembrar, por isso, de me sugerir que eu vá dar uma volta (a base das minhas necessidades, para arrebitar...).
É assim!
4 comentários:
MARGARIDA!!!
GUIDA!!!
GUIDINHA!!!
Mas que coisa é esta? Está chover porque tem que chover.
Eu tenho numa tarefa para ti.
Queres ajudar-me a jardinar?
Depois eu ajudo no teu.
Tenho de ir ao horto comprar vasos e plantas porque os vasos com as geadas partiram-se e as plantas morreram também por causa daquelas.
A menina se pensa que agora vai ficar tipo ostrinha, engana-se.
Deixa vir um dia de sol e vou bater-te à porta para irmos comprar plantas...
Beijo e ARRIBA, ARRIBA
Acácia Rubra:
Vou contigo ao horto. Passa cá quando quiseres.
Quanto a jardinar, não sei... Não sou mulher de vasos. Morre-me tudo. As plantas são piores do que algumas pessoas, sempre insatisfeitas (tipo eu...). Agora querem água, depois é terra nova, a seguir apetece-lhes adubo ou fertilizante, é preciso tirar-se-lhes as folhas velhas, podar um bocadinho, mudar de vaso...
Mas ao horto vou. Nunca se sabe o que é que nos faz mudar a maneira de ver o mundo!
Obrigada.
Um beijo
Uma coisa muito gira que dá uma nova perspectiva sobre fazer caminhadas é fazer o download de uns quantos podcasts de programas radiofónicos e transferir esses mp3's para o respectivo leitor portátil (ou para um telemóvel, o teu terá essa funcionalidade concerteza). Eu ouço os programas mais a puxar para uma perspectiva cómico-analitico-inteligente (às vezes pseudo outras não), como por exemplo o Governo Sombra, que dá na TSF. O verdadeiro multitasking. Proporcionas tónus aos músculos enquanto exercitas na caminhada, aprecias a paisagem, e desanuvias a mente, exercitando-a e cultivando-a ao mesmo tempo.
Menina Guida!
MAS O QUE É ISTO!!!!!
Caminhada sim mesmo que chova. Pois a capa de chova e lá vais tu.
Pena estar tão longe porque eu adoro fazer caminhadas.
Precisamos da Guida novamente.
Arrebita
Beijo
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