domingo, 14 de fevereiro de 2010
O Tamoxifeno e a Sua Guerra Contra os Estrogénios
Algumas células do corpo humano são receptoras de hormonas. Células tumorais da mama que o sejam vivem dos estrogénios que o organismo da mulher produz e, através dele, adquirem capacidade para se multiplicarem, potenciando a metastização.
Mas o facto de tumores cancerosos nas mamas serem receptores de hormonas pode ser uma vantagem, pois, perante esse facto, é possível agir sobre a produção de estrogénios e, desse modo, evitar a proliferação das células defeituosas.
A acção sobre os estrogénios pode acontecer de forma radical, retirando os seus produtores, os ovários, ou administrando uma hormona que irá competir com a hormona natural, ligando-se aos receptores das células afectadas e, assim, neutralizando o efeito da hormona natural.
O Tamoxifeno é um bloqueador dos receptores, impedindo que o estrogénio volte a estimular as células cancerígenas.
Está já comprovado que este medicamento reduz substancialmente o aparecimento de neoplasia na mama contralateral, mas, como não há bela sem senão, há efeitos colaterais, secundários e limitações apresentadas por esta medicação, bem como a estimulação do cancro do endométrio, pois, para o útero, o Tamoxifeno é estrogénico - o que exige uma observação ginecológica mais frequente.
Esta espécie de "anti-hormona" é, normalmente, ingerida sob a forma de comprimidos, diariamente, durante cinco anos, ao fim dos quais, se ainda se revelar necessária, deverá ser substituída por outro medicamento, pois o organismo, por essa altura, já terá desenvolvido defesas contra a sua acção.
Nas mulheres pré-menopausicas, a menstruação é suprimida, pelo tempo da toma - o que não constitui uma indução da menopausa (tratamento que também pode ser adoptado, dependendo dos casos).
As interacções medicamentosas devem ser controladas, pois algumas podem provocar trombose.
Os efeitos secundários dependem das pessoas, mas é praticamente garantido um aumento de peso, com acumulação de tecido à volta da cintura.
A hormonoterapia começou, para mim, depois da quimioterapia e da radioterapia, pelo que mora em mim uma barreira anti-estrogénica há cerca de ano e meio. E estou, naturalmente, ligeiramente mais gorda e com uns mini-pneus na cintura. Mas isso só se nota, para os outros, se eu quiser e no Verão.
Os meus comprimidos, fornecidos pela farmácia do IPO, são redondos, cor-de-rosa e pequeninos e eu tomo um com cada pequeno-almoço.
Como contra esta necessidade de terapêutica hormonal não há nada a fazer, o melhor mesmo é enveredar por uma dieta equilibrada, por beber muita água e por praticar exercício físico, tudo de forma regular e para sempre. E nada disto é fácil...
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