O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro convidou-me a estar hoje, pelas 11 horas, no Centro de Saúde a que pertenço, para usufruir do Programa Nacional de Rastreio de Cancro da Mama, efectuando uma mamografia.
E eu... lá fui e lá me dispus a esperar mais de meia hora, na rua, ao lado da caravana, só para que as meninas registassem no sistema que, para mim, já chegaram tarde, pois, para além de não me terem efectuado o convite durante os 365 dias em que eu tive 45 anos (a faixa abrangida é dos 45 aos 69), começando a idade "rastreável" tão tarde, a mim nunca chegariam a tempo para acudir, pois o meu diagnóstico foi feito quando eu ainda tinha 43.
Pedi para registarem a minha sugestão de um rastreio mais alargado, em termos de intervalo etário, e foi-me dito que esse é um assunto em discussão, nomeadamente a passagem da idade mais baixa para os 40 anos, mas que há muitos médicos radicalmente contra a utilização da mamografia, como meio complementar de diagnóstico, numa idade tão precoce, pois a própria radiação emitida por este exame é cancerígena.
Vi-me obrigada a concordar com a utilização doseada do método invasivo da mamografia, mas, não querendo deixar de revelar aquilo por que passei, pedi para registarem, também como minha opinião, que o Estado já gastou bastante mais dinheiro comigo, depois de eu ter adoecido (o que acontece com a maioria das mulheres que não recorrem à medicina privada), do que alguma vez gastaria se me tivesse chamado para ressonâncias magnéticas (meio não invasivo e que detecta as células cancerosas no seu estado inicial) suficientemente periódicas para prevenir o cancro.
E mais não disse, sabendo que nada daquilo que proferi terá qualquer eco. Saí. E outra senhora entrou para o rastreio, que espero nada lhe detecte.
Mas aqui posso voltar a referir o fraco interesse em prevenir de um Estado que é controlado pelos lobbies das farmacêuticas e dos médicos!
Se as pessoas deixarem de adoecer, que farão os médicos? E as farmacêuticas? Deixam de ser necessários, não é?
Lembrem-se lá: já algum médico vos falou a sério sobre meios de prevenção do cancro? Não, pois não!? Mas a alguns, infelizmente, já falou a sério sobre tentativas para o curar!!!
No curar é que está o ganho. A prevenção não dá dinheiro a ninguém. Que a população adoeça e morra não é problema. Todos somos substituíveis e o sofrimento até se alivia com venenos...
P.S. Em todo o caso, aconselho a quem de direito que compareça ao chamamento para a mamografia...
terça-feira, 16 de março de 2010
Olhem, chamaram-me!
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2 comentários:
Olá Guida!
Tu protestaste mas ninguém te ouviu. Quem é que neste país ouve quem tem razão? Ficaste com a certeza do dever cumprido.
Beijo
Isso mesmo, dever cumprido.
Acho que tens razão, mas olha que se discute se o rastreio por Raio X passe a ser feito não a partir do 45 mas mais tarde, justamente por causa das radiações.
Mas como dizes, ressonância magnética é que devia ser, claro que é muito mais custoso, mas sinceramente não sei se já fizeram a relação custo-benefício. Se cada máquina tivesse de ser operada por um médico, que faria o diagnóstico na hora, p. ex., já havia trabalho e máquinas que chegassem...
Enfim, a humanidade no seu normal, infelizmente.
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